A Michelin começou como uma fábrica de bicicleta dos irmãos Andre e Edouard Michelin em 1890, a era dos automóveis chegou e eles começaram a fazer pneus de carro e tiveram uma grande idéia: “e se a gente fizesse uma revista falando que o mundo lá fora era lindo e que viajar e comer coisas diferentes era legal? Eles vão ter que andar mais de carro e comprarão mais de nossos pneus.” foi assim que surgiu o Guia Michelin.


Fizeram então uma revista de distribuição gratuita, a primeira edição foi de 35 mil exemplares distribuídos pra toda a França. Hoje o guia é cobrado, mas no início os irmãos cobravam nada, era grátis, os lucros viriam pela venda de pneus (na época existiam cerca de 3 mil carros na França) e dos anunciantes.
Depois que um dos irmãos viu uma pilha de seus guias servindo de apoio de uma bancada velha numa borracharia, ele decidiu começar a cobrar: “o homem só valoriza aquilo que paga”, disse. O ano era 1936, o valor: 7 francos.
Até 1926 não avaliavam nem restaurantes, nem de hotéis, apenas indicava, mas perceberam que as pessoas davam mais atenção e relevância aos restaurantes. A partir desse ano é que começaram a avaliá-los dando uma estrela, a partir de 1936 eles implantaram o sistema de três estrelas e tornaram público os critérios de avaliação. A população tomou conhecimento da existência dos avaliadores: clientes ocultos que hoje são denominados inspetores.

Um guia do mesmo ano foi leiloado por mais de R$ 160 mil.
Esses é um dos calcanhares de Aquiles do Michelin, pois não é possível que avaliem todos os restaurantes do mundo. Hoje eles ainda avaliam os franceses (que levam as melhores notas, demais europeus, americanos e alguns poucos fora dessa rota, por lógica de mercado, e no Brasil só São Paulo e Rio de Janeiro. É justo? Claro que não, mas eles se esforçam: já avaliaram mais de 30 mil restaurantes mundo a fora. E a culinária rica do nordeste e de Minas? Não estão na rota de avaliação, infelizmente.
Onde o guia é publicado?
O guia é publicado em 23 países e 3 continentes. Abaixo as 37 publicações com seus respectivos links.
Seleção de Guias MICHELIN
Alemanha, Austria, Brasil, Belgica, California, Chicago, China, Mainland, Cidade de Nova lorque, Croácia, Dinamarca, Espanha, Finlandia, França, Grã Bretanha, Grécia, Holanda, Hong Kong, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Macau, Malta, Noruega, Polonia, Portugal, Republica Checa, Seul, Singapura, Slovenia, Suécia, Suiça, Tailândia, Taiwan, Washington, D.C.

Categorias do Guia Michelin
Gua de estrelas: o mais importante e relevante. Reservado aos restaurantes mais caros e renomados, Avaliam as idéias inovadoras dos chefs, métodos especiais de cocção e preparo (como a gastronomia molecular), o custo dos pratos vs o valor da experiência ao experimentá-lo, e principalmente a consistência: o restaurante tem que manter o padrão, não adianta ter um dia perfeito, todos devem ser.

Guia Conforto e Qualidade: restaurantes caros, mas luxuosos..

E a terceira e última categoria: Conforto e Qualidade, exclusiva para hotéis e pousadas.

E a quarta e última categoria, laçada em 2016: O Prato. Ela avalia a qualidade, a origem e a manipulação dos alimentos. Foi uma forma de premiar restaurantes que plantam seus próprios legumes (sem agrotóxicos) e compram suas proteínas e cereais de pequenos produtores artesanais locais.

“Na última edição de 2016 do guia de Paris, foi lançado o novo símbolo L’assiette ou The Plate (O Prato) para reconhecer restaurantes que servem boa comida.”
Guia Michelin
Há uma quinta categoria que avalia a adega, os drinks e o serviço de bebidas em geral: Diversidade Global.

Diversidade global
“O guia MICHELIN também reconhece a diversidade da culinária regional: em países como a Espanha, os notáveis bares de tapas são reconhecidos por um símbolo adicional de vinho e palito, enquanto os pubs de qualidade no guia do Reino Unido/Irlanda são marcados com um símbolo de caneca de cerveja. Enquanto isso, os restaurantes com listas notáveis de vinhos, saquês e coquetéis são reconhecidos com os símbolos de uva, garrafa de saquê e copo de coquetel, respectivamente.”
Guia Michelin
Critérios de avaliação
Fonte: Guia Michelin
“Invejados por muitos por terem, possivelmente, o melhor emprego do mundo, os inspetores do guia MICHELIN são todos funcionários em tempo integral do grupo Michelin, que frequentam regularmente os estabelecimentos para apresentar as melhores recomendações de restaurantes e hotéis.
A maioria deles estudou nas melhores escolas de hotelaria do mundo, viajou bastante e/ou viveu e trabalhou em vários países – e é responsável coletivamente pela classificação de mais de 30.000 hotéis e restaurantes em mais de 30 países em três continentes.“
Guia Michelin
Para manter a independência de sua opinião, os inspetores sempre visitam os estabelecimentos anonimamente, pagam suas refeições e, em seguida, avaliam sua experiência de acordo com cinco critérios de avaliação reconhecidos publicamente:
- Qualidade dos produtos
- Domínio do sabor e técnicas culinárias
- A personalidade do chef na sua cozinha
- Relação qualidade/preço
- Consistência entre visitas
Valores fundamentais
Tendências e tecnologias na gastronomia vêm e vão mas, por mais de um século, o guia MICHELIN se mantém firme em sua missão de fomentar uma cultura de viagens e experiências gastronômicas, e sua promessa de ajudar as pessoas a fazer a escolha certa, com base em seis valores principais:
- Anonimato – embora nossos inspetores trabalhem para o guia MICHELIN, eles são, acima de tudo, clientes como os demais, testando os restaurantes em completo anonimato para assegurar que não recebam tratamento especial;
- Independência – todos nossos inspetores são funcionários do grupo Michelin, que sempre pagam pelas refeições nos restaurantes que estão testando, para assegurar que não recebam tratamento especial;
- Expertise – nossos inspetores são verdadeiros especialistas nas indústrias de alimentação e hospitalidade, setores em que muitos deles trabalharam previamente;
- Confiabilidade – as diferentes categorias premiadas pelo guia não são, jamais, fruto do julgamento de uma só pessoa; são formados por uma decisão coletiva, fruto de um longo processo;
- Paixão – qual seria o sentido de tanto trabalho e uma abordagem tão rígida se nossos inspetores não adorassem comer?
- Qualidade – qualquer restaurante pode ser recomendado pelo nosso guia, desde que sua comida seja de alta qualidade.
Os restaurantes brasileiros no Guia Michelin

Pra ver a lista completa visite GUIA MICHELIN BRAZIL
São 167 restaurantes. Os mais bem classificados são esses:
Destaque para os com 2 estrelas (mais bem pontuados do país):
Rio de Janeiro
Oteque
Rio de Janeiro
D.O.M.
São Paulo
Ryo Gastronomia
São Paulo

Fogo de Chão – Barra da Tijuca
Rio de Janeiro: Carnes‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Giuseppe Mar
Rio de Janeiro: Peixes e frutos do mar‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Pobre Juan – Barra da Tijuca
Reservas disponíveis – Rio de Janeiro: Carnes‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Naga
Rio de Janeiro: Japonesa‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Shiso
Rio de Janeiro: Japonesa‹GUIA MICHELIN BRAZIL
L’Etoile
Rio de Janeiro: Internacional‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Aconchego Carioca – Praça da Bandeira
Rio de Janeiro: Brasileira‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Rubaiyat Rio
Rio de Janeiro: Carnes‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Sud, O Pássaro Verde Café
Rio de Janeiro: Brasileira‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Grado
Rio de Janeiro: Italiana‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Quadrucci
Rio de Janeiro: Tradicional‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Le Blond
Rio de Janeiro: Francesa‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Sushi Leblon
Rio de Janeiro: Japonesa‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Malta Beef Club – Jardim Botânico
Rio de Janeiro: Carnes‹GUIA MICHELIN BRAZIL
CT Boucherie
Rio de Janeiro: Carnes‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Nido
Rio de Janeiro: Italiana‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Chez Claude
Rio de Janeiro: Francesa moderna GUIA MICHELIN BRAZIL
Oro
Rio de Janeiro: Criativa‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Giuseppe Grill – Leblon
Rio de Janeiro: Tradicional‹GUIA MICHELIN BRAZIL
Malta Beef Club – Leblon
Rio de Janeiro: Carnes
O guia é uma farsa?
Eu particularmente não acho que seja uma farsa, já fui em alguns (poucos) restaurantes premiados pelo guia aqui no Rio de Janeiro, em eventos de vinhos como convidado, e realmente fiquei impressionado com o serviço impecável e a comida realmente acima da média, mas tem muita gente que acha que há falhas nas avaliações, tráfico de influência e propinas.
Chefs que são donos de seus restaurantes, estão devolvendo suas estrelas por causa da pressão pela excelência que só os restaurantes com sócios ricos podem manter.
A agonia da perfeição
“Talvez eu tenha menos notoriedade, mas assumo”, disse em setembro Sébastien Bras, que herdou o restaurante de seu pai. O chef, que prometeu que o cliente não notará a diferença no restaurante, afirmou que salir da lista significa liberdade. “Vou me sentir livre, sem perguntar se minhas criações agradam ou não os inspetores do Michelin”, completou.
O chef disse que as visitas dos inspetores são uma fonte de estresse. “Somos inspecionados de duas a três vezes por ano. Não sabemos quando. Cada prato que sai pode ser inspecionado. Ou seja, a cada dia um de nossos 500 pratos pode ser julgado”, explicou Bras à AFP.
Em sua reflexão, o chef admitiu que como todos os profissionais da gastronomia ele recorda do suicídio em 2003 do chef três estrelas Bernard Loiseau. “Mas não me sinto desta maneira”, garantiu. Antes de Bras, vários chefs franceses renunciaram a suas três estrelas, como Alain Senderens, que em 2005 anunciou que não aguentava mais a agonia da perfeição, e Joël Robuchon, que em 1996, quando estava no auge, fechou as portas de seu estabelecimento alegando estresse. Atualmente, no entanto, é o chef com mais estrelas do mundo. Na Espanha, Ferran Adrià fechou seu restaurante três estrelas El Bulli em 2010, alegando que estava cansado de trabalhar 15 horas por dias e a necessidade de buscar outras fontes de inspiração.
Fonte: Gazeta Gaúcha. Leia mais sobre nos links abaixo.



https://www.sabado.pt/vida/detalhe/marco-pierre-white-devolvi-as-estrelas-michelin-era-uma-mentira

Mas têm denúncias de montão também: denúncias de fraude, tráfico de influência e propinas. Uma das mais contundentes é a do chef espanhol Alberto de Luna, do renomado restaurante Dime Un.
https://dimeunrestaurante.com/noticias/la-farsa-de-la-guia-michelin
Aqui ele denuncia o duplo padrão dos avaliadores do guia que pesam a mão contra restaurantes de proprietários origem humilde, e que obtiveram sucesso pela competência, enquanto dão 3 estrelas “eternas” a restaurantes de donos de famílias tradicionais espanholas.
“A primeira é: uma vez que você ganha a terceira estrela, ela é eterna? Parece que sim, e nem Arzak, nem Subijana, nem Ruscadella, nem Quique Dacosta podem ser considerados restaurantes sublimes como outros restaurantes de 3 estrelas, como Celler Can Roca , DiverXo ou Azurmendi . A diferença entre um e outro é abismal e, no entanto, exceto por uma catástrofe mundial, o Guia não se atreverá a retirar a terceira estrela desses restaurantes. Por outro lado, seu pulso não treme para levar sua única estrela para casas humildes e não tão famosas como a Casa José (Aranjuez), onde continuam a comer maravilhosamente.”
Alberto de luna
Aqui ele denuncia o uso do Guia para tráfico de influência entre a Michelin e governantes e empresários de cidades onde a Michelin Pneus deseja atuar:
“E isso não nos faz esquecer que o verdadeiro negócio da Michelin é a venda de pneus e, por vezes, parece que estão mais interessadas em fazer uma campanha de marketing, focando este ano nas zonas de Cantábria e Alicante, para aumentar as vendas em essas províncias. No ano que vem com certeza tocará em outras áreas, vocês verão.”
Alberto de Luna
No final de sua denúncia ele capitula e encara a realidade: é uma empresa privada, não há como pedir um “impeachment” ou denunciar ao Ministério Público.
“Porém, já sabemos a partir de hoje que a cerimónia vai terminar, e ficaremos indignados de novo, sem muito resultado, porque a Michelin será sempre o que é, uma empresa privada que faz e desfaz ao seu gosto e objetivos.”
Alberto de Luna
Não sei se ele tem razão ou não, só sei que ele não é o único a reclamar. Muitos não o fazem abertamente mas fazem. Ele teve a coragem de postar isso no site do próprio restaurante. Não é homem de geléia. Certeza.
Se você conhece alguma história relacionada ao Guia Michelin, por favor me envie que vou postar aqui.
Não se esqueça de compartilhar.
12 respostas
Maconha é legal para quem usa, para os pais é um pesadelo.
Concordo muito com sua opinião.
Repare que quem defende a droga ou é adulto usuário ou adolescente que acha que sabe todas as verdades do mundo.
Formigas na comida? Arrrgh!
É sim. É tendência mundial entre o pessoal que quer melhorar o mundo derrubando o que já está pronto pra construir outro no lugar. Se você achou nojento, você é normal como eu. Como a maioria.
Bem legal a iniciativa deles. O racismo estrutural deve ser combatido sempre.
Fogo nos racistas!
Sem álcool em gel já estaríamos todos mortos, mas parece que algumas pessoas não entendem como é importante ouvir os especialistas.
Cara, tu é só mais um bolsominium idiota.
Maconha não faz mal pra ninguém. Apága essa merda antes que eu deniuncie.
Pode postar mais sobre cerveja?
Aquele curso no youtube vai sair?
Vai sim. falta só a placa de vídeo.
Muito bom sua postagem sobre a história do whisky. Compartilhei com meus funcionários.
Para o brandy ser considerado Cognac, necess rio que as uvas tenham sido cultivadas, fermentadas e destiladas na Fran a, mais especificamente na regi o de Charente, ao norte de Bordeaux. l que est localizada a cidade de Cognac, que deu nome bebida.
Não. Errado.
O Conhaque originou-se na região de Cognac, próxima a costa leste, quando marinheiros franceses, precisando de espaço nos porões dos navios, resolveram destilar o vinho popular produzido ali. Do acondicionamento dessa bebida destilada em barricas de carvalho, surgiu a cor dourada, hoje típica do conhaque. A região não fica em Bordeaux, fica longe, bem ao norte do outro lado do Garona (Garonne).